terça-feira, 16 de setembro de 2014

Escola




O que significa o rio,
a pedra, os lábios da terra
que murmuram, de manhã,
o acordar da respiração?

O que significa a medida
das margens, a cor que
desaparece das folhas no
lodo de um charco?

O dourado dos ramos na
estação seca, as gotas
de água na ponta dos
cabelos, os muros de hera?

A linha envolve os objectos
com a nitidez abstracta
dos dedos; traça o sentido
que a memória não guardou;

e um fio de versos e verbos
canta, no fundo do pátio,
no coro de arbustos que
o vento confunde com crianças.

A chave das coisas está
no equívoco da idade,
na sombria abóbada dos meses,
no rosto cego das nuvens.


Nuno Júdice

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Todas as crianças da terra



(...)

A paz é a onda redonda
que da praia tem saudades
e muito mais do que a onda
a paz é a vida sem grades.


(...)

Sidónio Muralha 

anything is possible! it´s Friday